Acesse aqui os resultados das pesquisas realizadas por integrantes deste grupo e defendidas em Programas de Graduação e Pós-Graduação da UERJ e de outras instituições de ensino superior.
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Trabalho de Conclusão de Curso
Relações em Eixo e Integração Produtiva na América do Sul: Argentina, Brasil e Venezuela
Autor: Leonardo Albarello Weber
Resumo: O presente trabalho trata das relações em eixo e da integração produtiva na América do Sul, entre Argentina, Brasil e Venezuela. O objetivo principal do trabalho é analisar o papel estratégico de tais relações para a integração da América do Sul. A hipótese apresentada é de que foi construída entre o Brasil e a Argentina e entre o Brasil e a Venezuela um tipo especial de relação, classificada como sendo em eixo, dentro da qual a integração produtiva assume relevância particular. O trabalho está dividido em três capítulos, além da Introdução e das Considerações Finais. O Capítulo 2 busca mapear as principais teorias sobre integração regional, de variadas correntes, para posteriormente identificá-las com a orientação dos diferentes projetos integracionistas. O Capítulo 3 procura descrever a forma como os eixos bilaterais foram construídos em uma perspectiva histórica. O Capítulo 4, por sua vez, passa à questão da integração produtiva regional, elencando as iniciativas existentes no MERCOSUL e as perspectivas para a região sul-americana. Concluiu-se que o conceito de relações em eixo é apropriado para tratar das relações entre Argentina, Brasil e Venezuela. Observou-se que esses três países construíram vínculos que hoje desempenham papel estratégico para a política e integração da região sul-americana. A integração produtiva, por seu turno, é central ao desenvolvimento econômico e à integração regional como um todo, embora encontre uma série de desafios.
Palavras-chave: Relações em Eixo; Integração Produtiva; Argentina; Brasil; Venezuela.
Dissertação de Mestrado
Cooperação Sul-Sul e Política Externa: um estudo sobre a participação de atores sociais
Autora: Fernanda Cristina Nanci Izidro Gonçalves
Resumo: A presente dissertação objetiva analisar a participação de atores da sociedade civil na prestação da cooperação técnica brasileira para países do Sul. Mais especificamente, busca-se compreender por que e de que forma o Governo brasileiro trabalha em parceria com atores sociais nestas iniciativas e as implicações da participação destes atores para a política exterior brasileira no campo da cooperação. O estudo fundamenta-se sobre dois estudos de caso de atores sociais distintos, porém com presença consolidada na cooperação ofertada pela Agência Brasileira de Cooperação, a saber: a organização do empresariado industrial SENAI e a ONG Alfabetização Solidária. Utilizando o instrumental teórico da Análise de Política Externa, voltado sobretudo ao exame do processo decisório, avalia-se a atuação destes atores privados. Conclui-se que embora participem da política de cooperação como entidades executoras, isto não implica que desenvolvam um papel meramente técnico. Em sentido inverso, as ações de cooperação abrem espaço, mesmo que indiretamente, para que participem e influenciem de modo mais substantivo a política externa brasileira no âmbito da Cooperação Sul-Sul.
Palavras-chave: Cooperação Sul-Sul; Política Externa Brasileira; Atores Sociais; SENAI; Alfabetização Solidária; Agência Brasileira de Cooperação.
Dissertação de Mestrado
De Chávez a Maduro: as relações da Venezuela com os Estados Unidos (1999-2018)
Autor: Leonardo Albarello Weber
Resumo: Esta dissertação buscou explicar os motivos da continuidade na política externa entre Hugo Chávez (1999-2013) e Nicolás Maduro (2013-2018), mesmo com adversidades internas e externas. Durante o governo de Hugo Chávez, a Venezuela experimentou um período de relativa bonança econômica, aumento nos preços do petróleo, avanços sociais e crescente projeção internacional. O bolivarianismo foi confirmado repetidas vezes nas urnas e ganhou simpatizantes na América Latina. As relações com os Estados Unidos, historicamente amigáveis, tornaram-se cada vez mais tensas, permeadas por críticas, acusações e uma postura abertamente antiestadunidense por parte de Caracas. Após a morte de Chávez, Nicolás Maduro ascendeu ao poder em um contexto muito distinto de seu antecessor: declínio nos preços do petróleo, perda de aliados regionais, crescimento da oposição e a primeira derrota eleitoral. A despeito das diferenças, a orientação da política externa de Maduro permaneceu inalterada, principalmente em seus atritos com Washington e a defesa da revolução bolivariana. Essa postura tem altos custos para o país, manifestos em sanções econômicas e isolamento político. A pergunta que orienta a pesquisa pode ser colocada da seguinte maneira: por que, diante de tamanhas adversidades internas e externas, Nicolás Maduro manteve sua estratégia de ruptura com os Estados Unidos? Em outros termos: por que Maduro não buscou reorientar e moderar sua política externa em relação aos Estados Unidos? A hipótese do trabalho é de que os grupos de interesse domésticos que sustentaram Chávez seguem influentes no governo Maduro, o que resulta em uma política externa sem nenhum grande redirecionamento. O tema da pesquisa é a política externa da Venezuela, delimitada às relações com os Estados Unidos no período após a ascensão de Chávez até o final do primeiro mandato de Maduro. A análise do trabalho foi feita sob a ótica teórica liberal, que permitiu compreender o papel dos grupos de interesse domésticos e das instituições políticas e sua influência na política externa da Venezuela.
Palavras-chave: Venezuela; Estados Unidos; Hugo Chávez; Nicolás Maduro.
Dissertação de Mestrado
A Cooperação Técnica Sul-Sul Brasileira em Saúde: a Participação dos Atores Domésticos
Autora: Livia Liria Avelhan
Resumo: A cooperação técnica em saúde ofertada pelo Brasil aos países em desenvolvimento foi uma vertente importante da atuação internacional brasileira entre os anos de 2003 e 2015. Para que isso fosse possível, o governo investiu na mobilização de diferentes atores que pudessem apoiar e executar a política externa brasileira. Na área da cooperação em saúde, as principais instituições envolvidas são a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério da Saúde (MS), cujo órgão designado a acompanhar as iniciativas de cooperação técnica é a Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde (AISA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cujo setor responsável pela gestão dos projetos de cooperação é o Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS). Tendo em vista que a pluralização de atores torna mais complexos a construção de consensos e o planejamento das atividades de cooperação, esta pesquisa objetiva estudar o processo decisório dos projetos de cooperação técnica sul-sul em saúde do qual fazem parte o MRE/ABC, o MS/AISA e a Fiocruz/CRIS. Mais especificamente, pretende-se analisar qual a função de cada um desses atores no processo decisório e de que maneira eles interagem para negociar a elaboração e execução dos projetos. Dessa maneira, busca-se compreender os procedimentos, funções, preferências e interesses envolvidos na construção da política externa brasileira de cooperação técnica em saúde e, assim, revelar a dimensão interna de uma das principais pautas da atuação internacional do Brasil do início do século XXI.
Palavras-chave: Processo Decisório; Cooperação Técnica Sul-Sul; Política Externa Brasileira; Saúde.
Dissertação de Mestrado
Em busca do Internacional no pensamento dos militares: um estudo sobre a abordagem do Internacional pelos egressos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares (PPGCM/ECEME)
Autor: Luã Braga de Oliveira
Resumo: Este trabalho tem por objetivo identificar os elementos que dão arcabouço ao que se constitui como o pensamento dos militares em temas de política internacional. Parte-se do pressuposto de que há, na literatura, poucos estudos sobre a visão internacional contida no pensamento dos militares. Embora seja vasta a produção acerca do pensamento político desses atores, seu foco frequentemente recai sobre sua visão acerca da política nacional, das características da sociedade, dos modelos de gestão do Estado e de desenvolvimento econômico, além de seu próprio papel como fiador da ordem e do progresso. Entende-se que essa aparente lacuna é evidência da desarticulação entre as dimensões da defesa e da diplomacia. Para a consecução do objetivo estabelecido, o trabalho divide-se em três capítulos. O primeiro oferece um breve panorama dos traços gerais característicos do pensamento dos militares no século XX. O segundo discute o histórico da desarticulação existente no Brasil entre as esferas da política de defesa e da política externa. O terceiro, por fim, busca identificar os elementos que constituem a visão internacional dos militares nos dias de hoje, através da análise dos trabalhos finais produzidos no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).
Palavras-chave: Pensamento Militar; Pensamento Internacional; Política Externa; Política de Defesa.
Dissertação de Mestrado
O empresariado e as políticas de internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul (2003 – 2018)
Autora: Thaís Jesinski Batista
Resumo: Essa dissertação trata das políticas de incentivo à internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul entre os anos de 2003 e 2018, e o posicionamento do empresariado industrial brasileiro com relação a essas políticas. Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010) e Dilma Rousseff (2011 – 2015) observam-se iniciativas, tanto no âmbito econômico, quando no âmbito de política externa, que tiveram como objetivo internacionalizar as atividades de empresas brasileiras, em especial para a América do Sul. No período de governo do Partido dos Trabalhadores (PT), também ocorreram movimentações, por parte do empresariado brasileiro, de entrada e saída da coalizão de apoio desses governos. Partindo de discussões sobre desenvolvimento, políticas públicas e coalizões de apoio, essa dissertação busca compreender como o empresariado industrial brasileiro se posicionou quanto às políticas de incentivo à internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul executadas no início do século XXI, e como o afastamento desse ator da coalizão de apoio dos governos petistas afetou a continuidade dessas políticas. Mais além, busca-se compreender como mudanças no perfil e nos interesses do empresariado industrial contribuíram para a descontinuidade do processo de internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul. Os procedimentos para realização dessa pesquisa incluíram a revisão da literatura especializada e a análise de documentos e declarações dos principais representantes do empresariado industrial brasileiro e de suas duas principais entidades representativas: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e s Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Como resultados, tem-se que (i) as políticas de incentivo à internacionalização do capitalismo brasileiro executadas nos governos do PT beneficiaram grandes empresas de setores de baixa tecnologia; (ii) ocorreu uma mudança no posicionamento da CNI quanto a essas políticas, sendo inicialmente favorável e otimista, e posteriormente crítica; e (iii) o perfil e os interesses do empresariado industrial brasileiro mudaram no período analisado, refletindo alterações decorrentes do neoliberalismo e da crise de 2008. Conclui-se que os processos de desindustrialização, reprimarização da pauta exportadora brasileira e financeirização alteraram o perfil produtivo brasileiro, afetando o empresariado industrial, que perdeu força ao mesmo tempo em que passou a ter interesses rentistas. Além disso, a crise de 2008 levou ao acirramento do conflito distributivo doméstico no Brasil, e o empresariado deixou definitivamente de apoiar o governo petista. Ademais, o crescimento da participação chinesa nos mercados sul-americanos impactou negativamente o empresariado industrial brasileiro. Esses fatores explicam a mudança do posicionamento do empresariado quanto às políticas de incentivo a internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul, e a consequente ausência de apoio – político e material – para sua realização. Conclui-se, também, que a pequena parcela do empresariado brasileiro verdadeiramente beneficiada pelas políticas analisas foi afetada pela Operação Lava-Jato, que desarticulou sua capacidade de prosseguir no processo de internacionalização para a América do Sul.
Palavras-chave: Empresariado; Internacionalização do Capitalismo Brasileiro; América do Sul.
Tese de Doutorado
Caminhos Paralelos? Política Externa e Direitos Humanos na Argentina e no Brasil no século XXI
Autora: Juliana Pinto Lemos da Silva
Resumo: Com as vitórias políticas de partidos situados à esquerda e centro-esquerda do espectro político na Argentina e no Brasil no início do século XXI, esperava-se que políticas externas de direitos humanos mais progressistas seriam implementadas. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) no Brasil, que teve como bandeira central o combate à fome e a pobreza e a promoção do desenvolvimento, focou na promoção dos direitos econômicos e sociais. Diferentemente desta tendência, o governo de Néstor Kirchner (2003-2007) na Argentina colocou em prática uma política externa de direitos humanos focada na promoção de direitos civis e políticos, especialmente aqueles relacionados à questão de desaparecimentos forçados e à condenação de crimes contra a humanidade, como a tortura. Portanto, Brasil e Argentina, apesar das semelhanças históricas e da chegada ao poder de projetos progressistas, apresentaram não apenas diferentes estratégias, mas adotaram narrativas que mostraram prioridades distintas no conteúdo da sua política externa de direitos humanos. Isso nos leva à seguinte pergunta: por que duas potências regionais que, naquele momento, optaram por políticas externas mais autonomistas, se decidiram por caminhos distintos no que tange à política externa de direitos humanos? Esta pesquisa tem como hipótese que a interpretação dos tomadores de decisão quantos aos papéis que Brasil e Argentina deveriam desempenhar no sistema internacional foi o fator determinante na definição de políticas externas de direitos humanos diferentes, que desenharam perfis de atuação distintos, eventualmente colocados em prática pelos dois Estados.
Palavras-chave: Direitos Humanos; Análise de Política Externa; Brasil;
Argentina; Role Theory.
Tese de Doutorado
Mudanças de Governo e Reorientação de Política Externa: um estudo comparado da diplomacia brasileira na UNASUL, no Acordo de Salvaguardas Tecnológicas e no BRICS (2003-2021)
Autor: Leandro Wolpert dos Santos
Resumo: Após vivenciar um período de crescimento econômico e projeção internacional na primeira década do século XXI, o Brasil passou a enfrentar um quadro de profunda recessão econômica e instabilidade política, cujo ápice foi a deposição traumática da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016. Como previsto na literatura de Análise de Política Externa (APE), contextos marcados por crises políticas e econômicas são altamente propícios a rupturas e reorientação das estratégias de inserção internacional dos países. E, de fato, com o Brasil, não foi diferente. A ascensão ao governo de uma nova coalizão política liderada pelo antigo vice-presidente Michel Temer e, em especial, a controversa gestão do atual presidente Jair Bolsonaro não só fizeram com que o Brasil visse seu status internacional ser rebaixado de potência emergente para potência média e, em seguida, durante a pandemia de Covid 19, tornar-se um pária internacional, como também trouxeram consigo mudanças importantes em algumas das principais diretrizes da política externa brasileira. Entre elas, destacam-se a decisão do governo brasileiro, em 2018, de suspender sua participação na União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e, um ano depois, denunciar o tratado constitutivo da Organização cuja criação liderara. Igualmente notória foi a ratificação, em 2020, do Acordo de Salvaguardas Tecnológicos (AST) com os Estados Unidos, encerrando, com isso, uma polêmica que se estendia há quase vinte anos no Congresso Nacional, refratário ao acordo. Sem embargo, essas e outras mudanças apresentaram diferentes velocidades e nem todas as diretrizes da política externa brasileira foram modificadas a partir de 2016. Com efeito, nesse período, apesar de mudanças de ênfase, o Brasil deu continuidade aos projetos de cooperação do grupo BRICS e seguiu pleiteando reformas nas principais instituições internacionais vigentes, a exemplo da reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O objetivo desta tese é analisar os fatores condicionantes das mudanças e continuidades na política externa diante da alternância de governos. Por meio da mobilização de modelos analíticos de APE e da Análise de Políticas Públicas (APP), defendemos o argumento de que mudanças de governo tendem a produzir a reorientação de iniciativas de política externa quando três condições estão presentes: i) diante de falhas políticas, capazes de deslegitimar o status quo e torná-lo vulnerável a novas ideias e políticas alternativas; ii) quando existem políticas alternativas material e politicamente viáveis; e iii) diante da ausência de atores de veto à mudança política ou quando os novos governantes articulam coalizões capazes de superá-los.
Palavras-chave: Política Externa Brasileira; Reorientação da Política Externa; Mudanças de Governo; Análise de Política Externa; Análise de Política Pública.